Post de Rui Pereira
A leucemia é uma doença maligna dos glóbulos brancos (leucócitos) de causa não conhecida. Ela tem como principal característica o acúmulo de células na medula óssea. A medula é o local de formação das células sanguíneas, ocupa a cavidade dos ossos e é conhecida popularmente por tutano. Nela são encontradas as células mães ou precursoras que originam os elementos figurados do sangue (glóbulos brancos, glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos e plaquetas). Os principais sintomas de leucemia decorrem do acúmulo dessas células na medula óssea, prejudicando ou impedindo a produção dos glóbulos vermelhos (causando anemia), glóbulos brancos (causando infecções) e plaquetas (causando hemorragias e manchas roxas). Depois de instalada, a doença progride rapidamente, exigindo início de tratamento rápido.
Os dois tipos de leucemia mais frequentes em crianças são a leucemia linfóide aguda (ou linfoblástica) e a leucemia mielóide aguda. Esta última tem vários subtipos: mieloblástica, promielocítica, mielomonocítica e monocítica. leucemia
As manifestações clínicas das leucemias são secundárias à proliferação excessiva de células imaturas da linhagem branca do sangue, que se infiltram pelos vários tecidos do organismo, como amígdalas, linfonodos (ínguas) , baço, rins, sistema nervoso central e outros. A fadiga, palidez e anemia aparecem pela redução na produção dos eritrócitos pela medula óssea. Febre e infecções são causadas pela redução, imaturidade e insuficiência dos leucócitos e pela redução do número de glanulócitos, sendo uma das principais complicações e causa de óbitos de crianças com leucemia. Verifica-se a tendência de sangramentos, pela diminuição na produção de plaquetas e pelo seqüestro de plaquetas causado pelo aumento do baço. Outras manifestações clínicas são dores nos ossos e articulações causadas pela infiltração leucêmica dos ossos, dores de cabeça, náuseas e vômitos, visão dupla e desorientação, valores sangüíneos alterados, contagem de plaquetas baixa e aumento do nível sangüíneo do ácido úrico. A suspeita de diagnóstico é reforçada pelo exame físico, que pode alertar para a possibilidade da doença quando a criança apresenta palidez, febre e presença de petéquias (pequenas manchas avermelhadas) .
O hemograma pode revelar anemia e a contagem leucocitária pode estar baixa, normal ou elevada. Porém, o diagnóstico final baseia-se no exame de medula óssea.
Como não se conhece a causa da leucemia, o tratamento tem o objetivo de destruir as células leucêmicas. As pesquisas indicam que o tratamento não destrói a totalidade das células leucêmicas. As defesas do organismo se encarregariam de destruir as restantes. Não há um medicamento que isoladamente cure a leucemia. O grande progresso para obter sua cura foi conseguido com a associação de medicamentos (poliquimoterapia), controle das complicações infecciosas e hemorrágicas e prevenção ou combate à doença no sistema nervoso central (cérebro e medula espinhal). Para alguns casos é indicado o transplante
de medula óssea.
O tratamento é feito em várias fases. A primeira tem a finalidade de atingir a remissão completa, ou seja, um estado de aparente normalidade que se obtém após a poliquimioterapia. Esse resultado é conseguido entre 1 e 2 meses após o início do tratamento, quando os exames não mais evidenciam células da doença. Isso ocorre quando os exame de medula óssea e sangue e o exame físico não demonstram qualquer anormalidade. Entretanto, as pesquisas comprovam que ainda restam no organismo muitas células leucêmicas, o que obriga a continuação do tratamento para não haver recaída. Nas fases seguintes, o tratamento também varia de acordo com o tipo de leucemia (linfóide ou mielóide), podendo durar mais de dois anos nas linfóides e menos de um ano nas mielóides. São três etapas: consolidação (tratamento intensivo com substâncias não empregadas anteriormente); reindução (repetição dos medicamentos usados na fase de indução da remissão) e manutenção (o tratamento é mais brando e contínuo por vários meses). Por ser um tratamento mais agressivo, pode ser necessária a internação do paciente por curto período, quando ele apresentar infecção decorrente da queda dos glóbulos brancos.
Fonte: http://pt.shvoong.com/
Reflexão:
Leucemia corresponde a um conjunto de neoplasias malignas (cancro/câncer) que atingem o sangue e possuem origem na medula óssea.
Podemos classificá-las em:
• Leucemias Agudas - aquelas de início e evolução rápidos
• Leucemias Crônicas - aquelas em que a instalação é insidiosa
Podemos, ainda, classificá-las segundo a linhagem celular comprometida:
• Leucemias Linfóides - comprometimento da linhagem linfóide
• Leucemias Mielóides - comprometimento da linhagem mielóide
A sua causa (precisa é desconhecida. Sabe-se que, a depender do subtipo, estão envolvidas alterações genéticas e cromossómicas específicas. Tem como característica a proliferação anormal de células na medula óssea - onde origina-se o sangue - o que pode acabar por suprimir a produção de células normais. Têm-se desenvolvido estudos que permitem descobrir novas potencialidades nos glóbulos vermelhos, abrindo caminho para o controlo de leucemias. A investigação demonstra que certas substâncias libertadas pelos glóbulos vermelhos têm um papel importante na sobrevivência e proliferação dos glóbulos brancos em divisão. Há muito que é indiscutível entre a comunidade científica que a função principal dos glóbulos vermelhos passa pelo transporte de oxigénio e dióxido de carbono. Porém, estudos recentes associam os glóbulos vermelhos à regulação de outros processos fisiológicos como a contracção vascular, a agregação de plaquetas ou a proliferação de glóbulos brancos.Tem-se trabalhado para ajudar a perceber o papel dos glóbulos vermelhos na regulação do ciclo celular e na sobrevivência dos glóbulos brancos, em particular dos linfócitos T.Para perceber o efeito regulador que os glóbulos vermelhos exercem sobre os linfócitos T em divisão, procura-se identificar os factores responsáveis por esse fenómeno. Entre as várias substâncias que são libertadas pelos glóbulos vermelhos, um grupo restrito de natureza proteica desempenha um papel activo na homeostasia (regulação biológica) dos linfócitos T, potenciando a sobrevivência e o crescimento dos mesmos.
Rui Pereira
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